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terça-feira, 18 de novembro de 2014

NERD TROUBLEEMAKER~capítulo 3°

Acordei bem mais cedo do que o esperado da minha pessoa. Não dormi nada bem, fiquei acordada a maior parte da noite pensando em Marcel. Arrumei a cama e vesti o uniforme da escola. Prendi o cabelo em um coque, peguei a mochila e desci. Minha mãe ainda fazia o café da manhã quando apareci na cozinha.
- Bom dia, minha rosa! Acordou cedo hoje!- falou, feliz.
- Não dormi muito bem... Acho que foi um pouquinho de ansiedade- Minto me sentando e pegando um copo de suco.
- Está ansiosa para quê, meu amor?
- Não sei, mãe, não tem nada de importante esses dias... Ah! Tem uma festinha em comemoração ao início das aulas sábado!
- Ah, então mal acabou as féria e já está querendo ir em festas, né?- riu- tudo bem, Georgia!
Hey, já falei como minha mãe é legal? Pois ela é! Tomei meu café e saí de casa depois de me despedir. Não esperei por Alice, mandei uma mensagem para ela dizendo que já estava a caminho da escola.
Tinha colocado meus fones e posto "starlight" do Muse para tocar e me distraí completamente, me esquecendo de tudo e de todos. Estava tão distraída enquanto descia a rua, que não percebi um garoto de óculos saindo de casa e correndo para me alcançar. Me assustei quando ele colocou a mão em meu ombro e dei um grito.
- Nossa! Não é o maníaco da machadinha, sabia?- riu.
- Sem graça! Caralho, que susto! Nunca mais faça isso, ok?
- Tá bom... Mas e aí? Estava escutando o quê antes de eu te dar um susto?- Marcel segurou a risada.
- Estava tocando Muse. É uma das poucas músicas deles que eu tenho...
- Sério? Eu adoro Muse! Qual era a música?
Fomos para escola falando sobre as músicas que mais gostávamos e de novo acabamos discutindo. Dessa vez sobre qual era a melhor música do Beatles. Depois que o assunto acabou, entreguei um dos meus fones a ele fomos aproveitando as músicas que tocavam no aleatório.
Ao chegarmos no portão, Eduardo, o organizador da festa, entregava alguns papéis para quem chegava.
- Oi, você é a amiga da Alice, Georgia, né?- perguntou com um sorriso ofuscante- bem, esses são os convites para a festinha de sábado. O endereço e o horário estão aí.
- Ah, muito obrigada!- disse pegando os dois convites e entregando um a Marcel.

- Bem espero ver os dois lá, ok?

Marcel deu um sorriso para Eduardo e confirmou que iria e eu dei uma enrolada e disse que talvez, que teria que ver com minha mãe. Saímos de perto de Eduardo, entrando de vez na escola.
- Sério que você não vai ir?- perguntou Marcel com uma carinha que dava vontade de morder.
- Na verdade, eu não quero ir.
- Ah, não! E eu vou ficar sozinho lá?
- Não, vai ter um monte de gente lá, você não vai estar sozinho!- respondi rápido.
- Nem pensar!- retrucou- você vai nem que eu tenha que ir na sua casa pra te buscar!- disse indignado- não vai ter ninguém que eu conheço e só consegui me aproximar de você por causa do trabalho de matemática! Sou muito tímido! Ah, vai comigo?
- Tá bom! Mas nunca mais faça isso!
- Isso o quê?
- Essa cara de cachorrinho,ok?
Ele deu mais um sorriso perfeito, mostrando as covinhas que eu não tinha percebido, antes de Lara, que vinha como uma bala em nossa direção, nos arrastasse pelo corredor até a sala de aula, que estava totalmente vazia. Ela estava vermelha e parecia nervosa.
- Lara? O que foi?
- Vão aprontar com os novatos na festa, vai ser uma pegadinha antiga, mas boa.
- Como ficou sabendo disso?- Perguntou Marcel.
- Ouvi Eduardo combinando com o Lucas, sabe? o que sempre puxa as brincadeiras?
- Tá, mas só esconder ele não vai adiantar, Lara. Era melhor se ele não fosse!
- Não, eu vou!- respondeu Marcel bravo- não vai ser uma pegadinha que vai atrapalhar!
- Marcel, não dificulta! Nós estamos tentando te ajudar!
- E dai?- falou para mim- qual vai ser a pegadinha?- virou-se para Lara.
- Acho que vão jogar farinha com ovos em vocês.
- Não tem problema- de repente seu rosto se iluminou- olha eu tive uma ideia- disse com um sorriso zombeteiro- depois eu conto, a sala está enchendo.
Realmente, o pessoal já estava vindo para a sala. Nos sentamos em nossos lugaras habituais e fizemos um esforço para prestar atenção na aula, mas a agitação com o plano do Marcel me fez voar e esquecer que estava em sala.
Na hora do intervalo, fugimos da multidão do pátio e fomos sentar na escada do prédio da escola.
 Ele começou a nos contar o que iria fazer. O plano era ótimo, não podíamos negar, mas os últimos detalhes seriam dados no dia da festa, quando fosse nos buscar.
Quando estávamos saindo, ele me parou.
- Olha, não podíamos trocar o dia para terminar o trabalho? Eu tenho aulas de violão.
- Ah, sim! Então hoje às 14:00?
- Sim, vou te esperar lá!- sorriu
***
Como sempre, na saída esperei Alice, mas tudo que recebi foi uma mensagem. Ela dispensou a companhia na volta para casa. Havia claramente ficado magoada por eu ter saído mais cedo sem ela, então respondi que ela passasse em minha casa no dia seguinte, para que eu pudesse lhe contar algo. Só pela resposta, pude perceber que ela ficou mais animada sob a perspectiva de ficar sabendo de algum segredinho.
Essa era a parte boa de Alice: ela era altamente confiável e guarda todos os segredos que lhe contam como se fossem jóias, além de das conselhos maravilhosos.
Esquecendo novamente de tudo, saí pelo portão a caminho de casa, mas dessa vez sem os fones. Uma pequena precaução para não levar sustos de mais ninguém, mesmo que Marcel já estivesse saído a mais tempo que eu. Vai que o maníaco da machadinha realmente apareça e eu não perceba? Brincadeira, é só pra prestar mais atenção.
O caminho rotineiro não presentava mudanças. Sempre as mesmas casas, os mesmos jardins, os mesmos carros estacionados em suas garagens ou em frente aos prédios. Algumas árvores fazendo sombra no caminho tiravam o sol quente do meio do dia de cima da minha cabeça, me fazendo suspirar ao chegar na sombra.
Depois de mais alguns minutos andando, me encontrava na porta de casa. Louca por um banho, entrei na casa fresquinha e subi para meu quarto, largando a mochila e pegando o necessário para entrar no chuveiro. Fiquei lá muito pouco tempo, já que a fome realmente falava mais alto. Vesti minha blusa favorita e um short, desci  correndo as escadas e sentei na mesa da cozinha.
- Não vai me contar nada?- perguntou minha mãe, que já almoçava sem mim.
- A aula não teve nada de interessante...- respondi colocando a comida no prato.
- Nossa! segundo dia e não tem mais assunto sobre o que acontece na escola?
- Recebi o convite para a festa, sabe? mas agora eu desanimei. Não quero ir! Eles vão fazer uma pegadinha com os novatos, não quero participar disso- disse mal-humorada.
Minha mãe começou a falar que na época dela, eles não faziam brincadeiras sem graça e quando faziam, eram punidos.E assim fomos falando da escola antiga e atual, apontando pontos positivos e negativos das duas e comentando suas semelhanças.
Ao acabarmos, arrumamos a cozinha e subi correndo para meu quarto. Arrumei o material necessário para terminar o trabalho, incluindo a metade que já tinhamos feito. Esperei, afinal eram 13:00 e eu só devia aparecer por volta das 14:00.
Peguei meu iPod na gaveta e fiquei jogando Temple Run para me distrair, mas sempre me lembrava que iria na casa do Marcel, deixando que ansiedade me invadisse de novo como deixei durante a noite.
"Porque justo comigo?", pensava enquanto jogava. Minha ansiedade resultou no impulso de me levantar e me dirigir para a casa dele faltando 30 minutos para as duas da tarde. "Foda-se! É melhor chegar cedo do que atrasada!". Desci a rua correndo, pouco me importando com as pessoas que olhavam para mim enquanto passava.
Logo me encontrava diante da casa branca de jardim perfeito apertando a campainha, ainda ofegante pela corrida. "É agora...", penso bem na hora em que a porta começa a ser aberta. Uma mulher alta, sorridente, de olhos claros e cabelos escuros me convida a entrar.
- Você é a Georgia?- diz com um pouquinho de sotaque- sou Camille, mãe do Marcel. Você chegou um pouco cedo, né?- riu.
- É. Esqueci que ele morava perto...- menti.
- Tudo bem. Quer algo para beber? Temos refrigerante!
- Não, não, muito obrigada!
- Se você quiser, pode esperar no quarto dele- assenti- vamos, te levo lá!
Subi as escadas silenciosamente acompanhando Camille. Nas paredes, fotos em molduras mostravam uma família sorridente. Pelo que pude ver, Marcel era filho único e a maioria das fotos eram dele com prêmios e certificados.
Chegamos a uma porta branca bem na frente da escada. Camille me disse que podia estrar que logo ele estaria chegando. Espera... Chegando?! Não tive tempo de perguntar, ela já havia descido. Me virei e prestei atenção no quarto.
Uau. Uma estante lotada de livros ia do teto até o chão e ocupava uma parede inteira. A escrivaninha escura estava lotada de livros empilhados e papéis. Uma poltrona marrom, onde mais um livro podia ser encontrado, ficava embaixo de um abajur, posicionada perto da estante.
As paredes, repletas de certificados, tinham prateleiras onde se encontravam vários troféus pelas mais diversas coisas: soletração, concursos de matemática e redação, Olimpíadas nacionais de natação. Uau.
Estava tão distraída que levei um susto quando a porta se abriu do nada. Marcel estrava com o cabelo molhado pingando e uma toalha na mão enquanto gritava:
- Na hora que ela chegar avisa que estou no meu...- Ele me avistou, sorrindo sem graça- Oi!
Ai, meus deuses!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

NERD TROUBLEMAKER~ capítulo 2°

A aula totalmente maçante foi passando até a hora da saída. Me despedi de Lara e me juntei à Alice. Toda animada, começou a contar que a sala dela estava ótima e que a maioria de suas colegas tinham caído lá. Lamentou um pouco o fato de não termos ficado juntas, mas logo depois começou a tagarelar sobre coisas que não me interessavam.
- Sabe, a gente tá programando uma festinha comemorando a volta às aulas e a gente vai chamar todo mundo! Literalmente!
Já rumávamos para casa quando parei no meio da rua ao escutar aquilo. "Como assim uma festinha com todo mundo?!"
- O que foi, Gê?
- O que foi?! Sério mesmo que vocês vão fazer essa festa mesmo?
- Sim! Qual o problema?
- Na verdade, nenhum... Então, quando vai ser?
Ela começou a fala que um dos garotos, Eduardo, tinha uma granja e que eles iam fazer uma vaquinha para pagar o DJ e a decoração. A comida e a bebida iria ficar por conta do Eduardo também. "Ele falou que amanhã já começa a convidar todo mundo do nosso ano! Ah, ele é tão legal!", disse com o ar apaixonado. Argh!
Finalmente cheguei na porta da casa, onde nos despedimos. Ao entrar, o cheiro de lasanha no forno  despertou a fome dentro de mim, logo subi as escadas e larguei a mochila no quarto para descer correndo comer lasanha.
Podem dizer de tudo da minha mãe, menos que a comida dela não é boa! A lasanha dela é totalmente diferente das lasanhas comuns: é feita com miojo! Isso a torna ainda mais gostosa. Durante o almoço, ela me bombardeou com perguntas sobre minha turma. Só então lembrei de avisar sobre Marcel.
- Ah, ele vai vir fazer um trabalho aqui hoje? Já tem trabalho no primeiro dia de aula? Nossa!
- É, ele vai vir por volta das duas horas.
- Ok... e quanto tempo vocês vão demorar para fazer esse trabalho?- perguntou.
- Olhe bem, eu não sei. Você sabe que sempre tive mais dificuldade em matemática, mas ele deve ser bom.
- Já acabou de comer?- balancei a cabeça positivamente- então levanta daí e me ajuda a arrumar a cozinha!
Recolhi os pratos enquanto ela guardava o que tinha sobrado da lasanha na geladeira. Coloquei-os na pia e comecei a lavá-los. Assim que terminei, minha mãe me liberou e subi para dar uma descansada antes de Marcel chegar. Acordei 13:30 e fui arrumar meu quarto.
Ele é bem grande e mobilhado com coisas que me lembram minhas sagas favoritas e Londres. É, eu sou anglófila, problem? Enormes fotos de Londres em molduras se misturavam aos pôsteres de Logan Lerman, McFly, Daniel Radcliffe, Emma Watson, One Direction, big time rush, Josh Huterson e Liam Hamsworth.
Minha escrivaninha era lotada de lápis coloridos e canetinhas. Sempre desenhei muito bem, então sempre tive muitos instrumentos para desenho. Meu notebook se encontrava no canto da escrivaninha, carregando. Catei alguns papeis que não joguei na lata do lixo e os coloquei em uma sacola, onde virei a lixeira também, esvaziando-a. faltavam 10 minutos para Marcel chegar! Catei meu iPod que estava jogado na poltrona e guardei na gaveta e coloquei a cadeira em frente a escrivaninha.
Desci correndo, deixei a sacola do lado de fora da casa para ser recolhida e peguei mais uma cadeira para ele se sentar. Me joguei na cama e esperei. Estou só um pouquinho nervosa.
Logo ouvi a campainha tocar e o som da porta se abrindo e vozes. Ok, eu realmente estou nervosa e nem sei porquê! Logo minha mãe viha subindo a escada acompanhada por ele, dizendo:
- Ela me contou que você é novo!
- Sim, cheguei esse ano... Eu vim de outro país, mas nasci aqui.
- Ah... Que interessante!- eles pararam- Então, aqui é o quarto da Georgia. Qualquer coisa vocês podem me chamar, que vou estar no quarto do fim do corredor.
- Muito obrigado!- respondeu.
Ele batem bem suavemente na porta antes de abri-la. Ele me encontrou sentada na cama, totalmente rete, como se tivesse algo duro amarrando as minhas costas. Dei um sorriso tímido, e timidez não é minha marca.
- Oi. Pode entrar!- disse um pouco mais animada.
Eu juro por todos os deuses que não estava tendo alucinações! Ele não estava vestido como de manhã, todo certinho. Ele usava os mesmos óculos de lentes grossas, mas seus cabelos estavam desarrumados, como se no caminho tivesse pegado uma ventania que os bagunçou. Usava uma camiseta preta de uma banda de rock e jeans escuros, segurando sua mochila. Ele estava maravilhoso!
Ele percebeu que olhava intensamente para ele e abaixou a cabeça, claramente envergonhado. "Que fofo!", pensei.
- Bem, pode deixar a mochila ali perto da escrivaninha! Eu vou pegar umas folhas brancas para anotarmos e podemos começar!- disse me levantando.
- Ah, o-ok!- Respondeu sentando-se na escrivaninha com o livro e o caderno de matemática nas mãos.
Durante mais ou menos uma hora, ficamos comentando somente sobre o trabalho e nos revessávamos para resolver os exercícios. Várias vezes, Marcel me corrigia e concertava minhas contas, me ajudando a acertar a questão. O trabalho era grande, mas fizemos metade do pedido pelo professor. De repente, somos interrompidos pela minha querida mãe.
- Olá! Eu trouxe algo para vocês comerem, porque estão só com o almoço.
- Muito obrigado, senhora- "Gente, que menino educado!", pensei.
- Valeu, mãe!
- Tudo bem. Aproveitem o lanche para descansar um pouco e conversar.
Minha mãe deixou o quarto logo em seguida. Na cama, uma bandeja estava cheia de biscoitos, tinha dois sanduíches e dois copos de suco de laranja. Agradeci de novo a minha mãe mentalmente e peguei um dos biscoitos. Marcel imitou meu gesto, mas logo andava pelo quarto com uma expressão de pura curiosidade enquanto observava os pôsteres ao longo da parede.
- Você é fã de todos esses artistas?- perguntou.
- Não, mas eles interpretaram os personagens das minhas sagas favoritas.
- Mas e essas boybands? Você não gosta deles?
- Claro que gosto! Eu sou totalmente viciada neles!- disse já de pé também.
- Ah, bom...- riu- então você gosta de Jogos Vorazes, Percy Jackson e Harry potter, hum? São minhas sagas favoritas também.
Ele olhou para mim e deu AQUELE sorriso. Um arrepio percorreu meu corpo rapidamente. Ele atravessou o quarto e começou a olhar as fotos de Londres. Estudava-as atentamente, como se procurasse por algo em especial.
- Sabe, Londres é  uma cidade muito bonita. Morei lá a maior parte da minha vida e minha família ainda vive lá, apesar de muitos terem vindo pro Brasil.
- Meu sonho é ir para lá algum dia.
- Por quê?- perguntou.
- Não sei exatamente, mas é algo que desejo faz muito tempo e não desisto dessa viagem nem pagando!- ele riu.
- Para quem já morou lá,não tem muita graça- ele sorriu de novo e pegou o sanduíche e o copo de suco.
Terminamos o lanche e desci para levar a bandeja na cozinha. Subi correndo e me deparei com o garoto sentado na escrivaninha com meu caderno de desenhos nas mãos. Ele me viu entrando no quarto e ao ver que me aproximava, sorriu novamente. Eu, que já estava vermelha de vergonha por ele estar olhando meus desenhos, devia ter ficado roxa quando ele sorriu para mim.
- Você desenha muito bem, sabia?- disse enquanto passava as folhas do caderno.
- O-obrigada!
- Você faz algum curso ou coisa do tipo? Alguma aula?
- Não! Nunca fiz! É natural- rimos.
- Nossa.... São muito bonitos!- disse ao fechar, colocando ele de volta onde o encontrou-- bem, já são 15:30... Tenho que ir!
- Ah, sim! Eu desço com você!- disse abrindo a porta do quarto- Alguém vai vir te buscar?
- Não, eu moro bem perto daqui!- disse pegando sua mochila.
- Então eu te acompanho até em casa, para que você não tenha que ir sozinho- falei descendo as escadas.
- Não precisa!
- Mas eu vou!- fiz bico e ele deu uma gargalhada.
No pé da escada, minha mãe esperava por nós para se despedir de Marcel. Avisei que ia acompanhá-lo e começamos a descer a rua. Durante o caminho, comentamos sobre nossos gostos. Ele não parava de dizer que rock é muito melhor do que pop, enquanto eu negava e dizia que os dois eram igualmente bons, Desse assunto, lembramos dos livros e começamos a discutir sobre o personagem Luke Castellan, da saga Percy Jackson.
No meio da conversa, ele parou na frente de uma casa enorme de dois andares totalmente branca. Ela tinha um jardim na frente muito bem cuidado que daria inveja a minha mãe. Marcel se virou para mim, deu um sorriso e disse:
- Chegamos. Quando poderemos continuar o trabalho?
- Que tal depois de amanhã? No mesmo horário?
- Tudo bem. Dessa vez será aqui, está bem?- disse.
- Ok- sorri- Até amanhã, Marcel.
Não fiquei para ver se ele tinha entrado em casa. Saí correndo pela rua até chegar em casa, onde me tranquei dentro do quarto e me joguei na cama. Meu estômago revirava e um sorriso insistente não saia de meu rosto. Oh, isso não é bom...

NERD TROUBLEMAKER~ capitulo 1°

É engraçado essa coisa de escola: tem os populares, os puxa-sacos, os baderneiros, os nerds e tem aqueles que são meio termo. Tiram noras boas e ruins e de certa forma, participam de todos os grupos. Eu, Georgia, faço parte desse meio termo.
É um saco essa coisa de "classe" dentro da escola, ainda mais quando chega gente nova. A pessoa se sente intimidada pelas panelinhas que ficam passando pelos corredores em direção às salas, cochichando. Não acho legal e não curto.
Eu mais minha amiga Alice, estávamos indo para escola juntas no primeiro dia de aula. Morávamos perto uma da outra e ela seria do "grupo" popular, sabe? Bem, falávamos da nova turma, se bem que os populares de todas as salas sempre se encontram em festinhas e coisas do tipo.
- Será que vai ter muita gente nova esse ano?- Perguntou Alice.
- Bem, não sei, mas confesso que seria interessante se tivesse. As turmas já vão ser misturadas e um pessoal novo não vai fazer mal... Vai até ser legal!
-Bem, quero ver o que o pessoal da baderna vai preparar de pegadinha para os novatos! Eles sempre fazem umas muito boas todo ano!
- Eu não acho tão legal.- Respondi um pouco mais séria do que o normal- É como se fosse uma forma de intimidação, mostra quem manda. E os novatos ficam claramente perturbados!
- Ai! Você leva isso muito a sério... Tenta relaxar mais!
Já estávamos na porta da escola quando Alice foi pega emprestada por uma de suas colegas populares e me largou na escada. "Beleza", pensei. Fui ao encontro de Lara, minha amiga que fica no mesmo grupo "meio termo".
- E aí, vaca? Nem lembrou de me mandar uma mensagenzinha sequer nas férias, né viada?- falou ao me ver.
- Não mandei porquê fui pra fazenda, cabrita! Não tinha net nem celular! Você queria que eu mandasse mensagem como? Via pensamento?- rimos.
- E o quê você foi fazer na fazenda, oras?!
- Eu? Eu fui visitar umas parentes suas, sabe... sua prima cabra sente falta de você!- Gargalhei.- Ouch!  Seus tapas podiam ser mais fracos, né?
- Que bom que não são! Agora, vem!- Ela me puxou- Quero ver em que sala você caiu...
A área ao redor do enorme quadro com os nomes e as turmas estava apinhada de gente, todos tentando ver em que turma caíram e saber se os amigos estariam na mesma sala. Procurei meu nome na grande lista e achei: Georgia Rose- Sala 1M2.
- Conseguiu achar?- Perguntou Lara ansiosa ao meu lado.
- Sim. Tô na 1M2!- Ouvi o grito mais agudo da minha vida- O quê foi?!
- Você vai ficar na mesma sala que eu!- Lara fez uma dancinha da vitória enquanto ria de sua reação.
- Bom, deixa eu dar uma última olhadinha.
Espiei o quadro para ver onde Alice ficara. 1M3. Maneiro, menos tempo com a amiga, mas tudo bem... Tenho Lara do meu lado pra me distrair das aulas chatas.
Chegamos na sala no meio do corredor e entramos. Várias pessoas já estavam lá dentro. Os baderneiros já estavam sentados no fundão, de onde sempre começavam as guerrinhas de bolinha de papel. Os meio termo, no meio da sala. Os populares, nas laterais e os nerds... Ué,cadê a turminha dos nerds? Ai, será que ficaram concentrados em uma sala só? Deuses, era só o que me faltava! Eles que me salvavam nos trabalhos em grupo!
Me sentei e resolvo comentar isso com a Lara, que também percebeu a falta de pessoal realmente inteligentes naquela turma. Discutimos tão profundamente o assunto, que não percebemos o menino de cabelo partidinho com gel usando óculos de lentes grossas entrar e se sentar bem na minha frente. logo depois, o professor de matemátima chegou na sala para começar a aula.
Virando para frente e prestando atenção, percebi que aquele garoto era novo. Nunca tinha o visto em lugar nenhum dentro da escola. Ele anotava tudo que o professor passava energeticamente e prestava atenção em cada palavra que ele dava sobre álgebra.
Lara me cutucou, me fazendo voltar a realidade e finalmente começar a copiar a matéria do quadro. Alguns minutos depois, ela entregava um papelzinho para mim, aproveitando enquanto o professor estava de costas. "Tá pensando na morte da bezerra?" dizia. Abafei uma risada e respondi no mesmo papel: "É verdade, a sua amiguinha da fazendo morreu mesmo, sabia?kkkkkk".
Devolvi o papel à Lara, que na mesma hora fez uma careta e rabiscou uma resposta rápida e prática: "Vai se foder!". Segurei uma nova risada e mais uma vez, respondi: "KKKKKKK". Ela o leu e logo ele estava de volta em minhas mãos com mais  uma pergunta: "É sério! No que você estava pensando tão apaixonadamente? Tava tão concentrada que aposto que não ouviu uma palavra do que o prof. disse, né?". Uau, pior que era verdade. "Só estava fazendo uma análise detalhada do nerdzinho que tá na minha frente...". Ela reprimiu uma risada, mas não pude saber o que ela me respondeu por o professor começou a falar:
- Gostaria que aproveitassem seus últimos minutos de aula para pensar o que vão fazer no trabalho marcado para a semana que vem. Ele valerá 10 pontos na nossa matéria que serão realmente muito importantes para a ande maioria nessa sala.
- Mas professor, esse trabalho poderá ser em dupla?- Perguntou uma garota que eu não faço questão de saber o nome.
- Sim poderá, mas eu gostaria de escolher a dupla.
Todos fizeram muxoxo ao ouvir isso, menos o nerd. O professor se sentou e chamava alguns nomes. Toda hora, alguém dava gritinho de felicidade quando ficava com algum amigo. Lara, porém não teve a sorte de se juntar a mim. O professor resolveu colocar ela com a garota que perguntou se podia ser em dupla.
Na hora, eu pensei: "Provavelmente vou ficar ou com gente meio termo, com popular ou baderna", mas para minha total surpresa, o professor chamou um tal de Marcel Styles e o meu nome. "Quem é Marcel Styles? Não tem ning... Ah!". Olhei para frente e a resposta se materializou na minha mente: O nerd saiu comigo. Bati em seu ombro dando-lhe um pequeno susto.
- Oi, sou Georgia Rose... Sua dupla.- Cumprimentei.
- Ah. P-ptazer.- Respondeu meio envergonhado.
- Olhe, se você quiser, podemos fazer o trabalho na minha casa. Eu te passo o endereço e você pode ir lá por volta das suas horas. O que acha?- disse simpática.
- Anh, não vai te incomodar?- perguntou inseguro.
- Não, claro que não!- sorri.
Ele retribuiu o sorriso perfeito: dentes totalmente brancos, alinhados, sem nenhum defeito. Uau. O sinal estava prestes a bater e logo já esperávamos o outro professor em sala. Ele se virou para a frente ainda com o sorriso no rosto. "Ele não é feio. Não, não mesmo", pensei.
Ouvi um pigarro vindo de Lara e me deparei com um sorriso zombeteiro. Olhei o objeto que segurava em suas mãos e vi que era seu celular. Ah, meus deuses! Ela tirou uma foto do momento em que eu e Marcel discutíamos o que fazer! Na imagem podia se ver claramente eu sorrindo para ele e o mesmo retribuindo o sorriso. Eu vou matar essa vaca!
-Senhorita Aguiar, vire-se para frente e guarde seu celular ou serei obrigado a tirá-la de sala!
Ela deu uma risada ao ver minha expressão, mas logo se virou para frente sob a ameaça do Professor